Desenvolvido por Hoff, o Reacqua é um sistema de destilação baseado em energia solar, capaz de tratar água contaminada por agrotóxicos, medicamentos, fertilizantes, plásticos entre outras substâncias. O sistema não depende de energia elétrica, baterias, etc, e já teve eficácia surpreendente nos três estudos que foram realizados e publicados internacionalmente. “Em nossos estudos, conseguimos remover mais de 99,9% de diversos agrotóxicos e antibióticos. Essa eficácia é superior a todos os tratamentos semelhantes que conhecemos,” orgulha-se o affa.
Compreendendo o papel fundamental que a água possui no transporte de contaminantes, aliado ao problema que é a indisponibilidade de água limpa em várias partes do mundo, Rodrigo conta como se deu o desenvolvimento do sistema. “Em 2002, comecei a trabalhar no então Laboratório Regional de Apoio Animal (LARA-RS), hoje LFDA/RS, pertencente à rede de laboratórios oficiais do MAPA. Lá me deparei com uma pequena pirâmide construída em vidro e aço inox que me chamou muito a atenção. Ela havia sido construída por dois colegas AFFAs, Rogert Fulginetti Corseuil e Ronaldo Dias Neves, dois entusiastas da ciência e da inovação. Eles haviam criado o protótipo com o objetivo de construir um destilador de água com base na energia solar. A partir desse primeiro contato, sempre tive o plano de avaliar o potencial daquele sistema na remoção de contaminantes químicos da água, como agrotóxicos, antibióticos e metais pesados.” É a esse protótipo que Hoff se refere no título do livro.
A partir desse desejo, com o apoio dos colegas, Rodrigo transformou a ideia em um projeto de pós-doutorado, o que viabilizou a realização dos experimentos de campo e as análises laboratoriais. “Da ideia inicial em 2002 até o projeto começar a ser realizado de fato, se passaram 16 anos. Neste tempo, a instrumentação analítica disponível nos laboratórios avançou muito e permitiu fazer em 2018 o que era impensável em 2002”, recorda.
Para a operacionalização total do projeto, Rodrigo conta que, além de um investimento particular significativo, também recebeu apoio integral do LFDA/RS através do uso da infraestrutura laboratorial. Segundo ele, a Universidade Federal de Rio Grande (FURG) também foi fundamental por acolher o projeto no programa de pós-graduação em Química Tecnológica e Ambiental, de modo que todos os experimentos de campo da fase de 2018-2020 foram realizados no campus da FURG em São Lourenço do Sul (RS).
“Este projeto conta com muitas parcerias institucionais, principalmente o MAPA”, considera Rodrigo, citando outro importante parceiro, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Satisfeito, o affa informa que teve um projeto aprovado em um edital da FAPESC, no qual o sistema Reacqua será aprimorado e avaliado na descontaminação de efluentes na região da Lagoa da Conceição, em Florianópolis.
Ainda assim, o projeto necessita de financiamento para as etapas seguintes. Motivo pelo qual o affa tem divulgado a ideia e os horizontes possíveis de serem alcançados por meio dela. "O Projeto Reacqua recentemente saiu de um ponto de estagnação relativa para uma nova etapa. Com a publicação do livro, esperamos obter recursos para custear algumas das despesas inerentes a este tipo de projeto. Nossa expectativa é que os resultados deste projeto e da repercussão do livro tragam um novo horizonte para o Reacqua e para o tema da descontaminação química das águas."
O livro está disponível na forma impressa e também como e-book na Amazon e nas principais livrarias virtuais. Atualizações do projeto também são divulgadas no perfil do Instagram (@projeto.reacqua).
Acesse o vídeo abaixo e saiba mais sobre o projeto.
Confira também a galeria de imagens com a linha do tempo do Projeto Reacqua.