Livro “Como não ser um babaca” ajuda homens a desconstruírem comportamentos machistas do dia a dia

Guia construído e produzido pelo Sindilegis, em parceria com o Instituto AzMina, foi lançado em campanha pelo Dia Internacional da Mulher para erradicar a “babaquice” masculina nos ambientes profissionais e pessoais.

"Elas são fáceis porque são pobres”. “Tá de TPM?” “Ela é mais macho do que muito homem”. “Deve ter dado para alguém”. Qual mulher nunca ouviu frase semelhante a essas? Uma simples pesquisada no Google já basta para encontrar centenas de casos de violências contra mulheres e o machismo estrutural enraizado na sociedade que perdura há séculos. Um dos exemplos mais recentes é o caso do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP), que, em uma viagem à Ucrânia, enviou áudios a um grupo de amigos onde profere declarações absurdas sobre as ucranianas as quais encontrou, classificando-as como “fáceis” e que sua “carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais” lá.

Esse tipo de comportamento, porém, não é exclusivo desse deputado. É alimentado no dia a dia nos mais diversos espaços: no ambiente de trabalho, na roda do bar do happy hour, no grupo de WhatsApp de futebol do namorado, no jantar de família com pessoas inconvenientes. E foi para educar os homens que cometem (ainda!) essas atrocidades que o Sindilegis se uniu ao Instituto AzMina para lançar um guia prático para aqueles que cansaram de ser machistas na vida. Chamado “Como não ser um babaca”, o manual visa conscientizar homens de todas as idades e classes sociais sobre a reprodução de atitudes machistas, seja no ambiente profissional, seja em casa ou em qualquer outro espaço.

Para marcar o lançamento da campanha, que surge na data emblemática do Dia Internacional da Mulher, o Sindilegis percorreu, nesta terça-feira (8), gabinetes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Tribunal de Contas da União para distribuir exemplares físicos a todos os parlamentares e ministros, na esperança de trazê-los ao debate de como mudar, para sempre, comportamentos que colocam em risco a credibilidade, a vida pessoal, o emprego e, muitas vezes, até a vida de mulheres.

As diretoras Elisa Bruno, Fátima Mosqueira e Magda Helena, em conjunto com funcionários do Sindilegis, levaram à discussão para dentro das Casas, de forma a endurecer o posicionamento do Sindicato contra o machismo. Diversos deputados, como Luiz Ovando, Denis Bezerra e Coronel Chrisóstomos, estiveram presentes nos gabinetes no momento da entrega dos guias e aderiram à campanha.

“Quem pegar nosso livro pode se surpreender com as frases selecionadas por nós, mas ainda mais surpreendente é vivermos em um mundo onde tais absurdos ditos sejam normalizados. Qual mulher nunca foi assediada e teve medo de denunciar por medo de perder o emprego? Quantas de nós desempenhamos as mesmas tarefas, mas recebemos menos que os homens? Quantas de nós têm medo de sair depois das 22h, pois não sabemos de chegaremos em casa seguras”, afirmou Elisa Bruno, diretora de comunicação do Sindilegis.

Além do guia, disponível na Amazon para dispositivos Kindle (com apps para iOS e Android), a campanha também está presente nas ruas de Brasília nos mobiliários urbanos, como parada de ônibus e fachadas. E a ideia é que a discussão ganhe também as redes sociais: o Sindilegis pede para que a hashtag #NãoSejaUmBabaca seja um espaço para que se possa trazer casos de “babaquices” masculinas que são ouvidas pelas mulheres, de forma a ampliar o debate sobre o tema. Esta é a quarta vez que o Sindilegis abraça a causa em defesa dos direitos das mulheres e, segundo Fátima e Magda, a pauta estará sempre na vigilância do Sindicato.

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