O Ministério da Agricultura promete colocar em vigor, a partir do próximo dia 10, decreto com a exigência de que os superintendentes regionais da pasta sejam servidores públicos.
Na prática, isso impedirá que sejam feitas indicações exclusivamente políticas para o cargo. Atualmente, segundo a Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Agropecuárias (Anffa Sindical), 17 superintendentes não preenchem esse requisito. Em tese, eles terão de ser substituídos.
Não é o caso do Rio Grande do Sul, que tem no comando Roberto Schroeder, que é auditor fiscal agropecuário. As indicações políticas chegaram a deixá-lo em uma saia justa quando, no ano passado, foi substituído por um nome apontado pelo PTB.
A indicação política prejudica o trabalho. Sempre vai cobrar uma contrapartida pondera Consuelo Paixão Côrtes, delegada sindical da Anffa no Rio Grande do Sul.
É por isso que a categoria cobra a implementação de um sistema de meritocracia. Não basta ser funcionário público, é preciso ter condições para ocupar o cargo. O assunto será debatido em assembleia geral que ocorre na próxima semana.
Não basta ser da casa. Estamos solicitando um processo de seleção para a função, que leve as pessoas a buscarem qualificação afirma Schroeder.
O superintendente avalia, no entanto, como um primeiro passo a exigência de que o cargo seja ocupado por servidores públicos. O decreto que entra em vigor é de maio do ano passado e foi assinado pela então presidente Dilma Rousseff. Era uma promessa antiga da ex-ministra da Agricultura, a senadora Kátia Abreu.
O apadrinhamento político nas superintendências regionais voltou a ser questionado em meio à Operação Carne Fraca, realizada no mês passado e que apurou o envolvimento de servidores em um esquema de corrupção com empresários de frigoríficos.
Outra questão levantada na ocasião foi a possibilidade de se fazer rodízio dos fiscais responsáveis pela inspeção permanente nas indústrias. O secretário-executivo da pasta, Eumar Novacki, afirmou que, em razão do custo, em um primeiro momento, isso será feito apenas de maneira pontual.
Fonte: Gisele Loeblein/Zero Hora