Servidor da Defesa Agropecuária é agredido e ameaçado durante fiscalização em SP

Um “fato lastimável” . Foi assim que o médico veterinário e servidor da Defesa Agropecuária do estado de São Paulo, Cesar Kruger, descreveu o caso de agressão sofrida durante o exercício de suas funções no último dia 17, no município de Pedreira, zona sul de São Paulo. 

Servidor da Defesa Agropecuária é agredido e ameaçado durante fiscalização em SP
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O servidor conta que durante uma atividade rotineira, em cumprimento ao cronograma de fiscalização estabelecido pela Coordenação de Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (CIPOA), foi agredido física e verbalmente, à parte as ameaças recebidas contra si e a própria família.

“Fui recebido de forma muito cordial pela médica veterinária responsável técnica do local. Preenchi a documentação para a coleta dos produtos, e em oportuno, entreguei a ela um auto de infração referente a uma não-conformidade ocorrida em amostra da coleta anterior. Em seguida, solicitei a assinatura dos documentos por parte dos proprietários do estabelecimento, como é de praxe. A responsável técnica foi à casa dos responsáveis, que fica nos fundos da propriedade, e pouco depois do retorno dela com os papéis assinados, um dos proprietários adentrou a sala do Serviço de Inspeção (SISP) e me atingiu com um tapa muito forte na cabeça e parte do rosto.”

De acordo com o boletim de ocorrência, lavrado no mesmo dia pela polícia civil do estado, o agressor, Pedro Petean, agiu de forma transtornada, esbravejando e proferindo palavras de baixo calão contra o servidor, realizando ameaças a ele e sua família, ao mesmo tempo em que tentava continuar as agressões físicas. Ainda segundo o documento, em dado momento o autor do fato teria declarado o objetivo de buscar uma arma de fogo e saiu da sala de inspeção em direção à casa nos fundos, momento no qual o servidor abandonou o local e buscou apoio policial.

Cesar conta que o proprietário demonstrava desagrado frente às indicações de melhoria do estabelecimento feitas por ele durante as ações de fiscalização. Por outro lado, quem atendia o servidor nessas ocasiões era o filho do proprietário, razão pela qual nunca houve incidentes anteriores.

Apesar de abalado pelo ocorrido, César agradeceu o apoio dos colegas e compartilhou sua esperança de que as autoridades policiais adotem providências. “Fica a certeza de que cumpri meu papel como servidor público e tomei as medidas cabíveis e necessárias que a situação exigia”, finalizou. 

O presidente do Sindicato dos Servidores da Defesa Agropecuária do estado de São Paulo, Francisco Pereira Neto, pontuou que a situação é grave. Relembrando fatos anteriores como o caso da queijaria Mulekinha, em Ibiúna, (acesse aqui) o dirigente ressaltou que é necessário intensificar ações de segurança para que os servidores possam trabalhar sem riscos à integridade física e moral. “Sem isso, vai ficar impossível o Serviço de Defesa do estado de São Paulo trabalhar”, criticou. 

Janus Pablo, presidente do Anffa Sindical, compartilhou sua indignação perante o fato. “A defesa da sociedade, por meio do trabalho dos agentes públicos, está ameaçada, enfrentando a truculência daqueles que acham que não precisam prestar contas à sociedade”, lamentou.

Lembrando que os servidores públicos são uma representação do Estado Brasileiro, e no caso em especial, o ataque se deu num contexto de defesa da qualidade dos alimentos produzidos e disponibilizados ao consumidor, o presidente pontuou que quando se ataca um agente público, na verdade se está atacando a sociedade como um todo. 

Janus finalizou reiterando que o Anffa Sindical soma-se àqueles que confiam na apuração e punição dos culpados e posicionando-se ao lado daqueles que defendem o interesse público, bem como a garantia das condições de trabalho adequadas à plena execução das atividades de todos os servidores.

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