Mediado pela Superintendente Federal de Agricultura do Estado de São Paulo, Andrea Moura, o debate será em torno do seguinte tema: Impactos dos Programas de Controle e Erradicação de Doenças dos Animais na Produção de Carnes do Brasil.
A Coordenadora de Produção Animal da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Lilian Figueiredo, traz um panorama da atuação da Defesa Agropecuária. “Quando falamos em produção de alimentos, fatores como a segurança alimentar e biosseguridade tem que estar sempre em primeiro lugar. Levar alimento seguro ao consumidor e em quantidade necessária são atividades essenciais para a saúde da população brasileira. Em se tratando de saúde humana, entendemos que a saúde animal está diretamente ligada a ela, conforme demonstrado pela tríade da saúde única – saúde humana, saúde animal e saúde ambiental – os três setores que conversam em prol de uma saúde coletiva."
Assim, ela avalia que “a importância de se discutir programas de controle e erradicação de doenças nos animais na produção é mostrarmos ao público que um alimento seguro começa com o animal sendo criado de forma segura, livre de doenças e zoonoses. Nesse contexto, durante o SEDAGRO, detalharemos quais esforços o Brasil tem feito com esse objetivo, quais doenças já estão erradicadas, quais estão em processo de erradicação, sempre reforçando que a erradicação de doenças nos animais de produção traz consigo uma produção saudável que leva à alimentação saudável, e por fim à saúde humana.”
Do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro), a Pesquisadora Talita Priscila detalha um pouco mais a importância da Defesa Sanitária e os Programas de Controle e Erradicação de Doenças dos Animais na Produção de Carnes do Brasil: “São eles os responsáveis por garantir a saúde animal e a qualidade e segurança dos produtos que chegam até o consumidor final, seja no Brasil ou no exterior. Esses Programas garantem que importantes etapas do processo produtivo sejam realizadas dentro dos padrões de qualidade definidos pelos órgãos reguladores, promovendo, desta forma, o alto rendimento da produção e a segurança dos alimentos disponibilizados para o consumo.”
Nesse sentido, a superintendente da SFA-SP, Andrea Moura, analisa o cenário atual do Brasil como produtor de alimentos e pontua a necessidade do debate acerca dos programas sanitários. “O Brasil tem um papel de destaque na produção de alimentos, particularmente no segmento de proteína animal. A nossa produção é suficiente para alimentar os brasileiros e os excedentes de produção ainda alcançam a mesa de milhões de consumidores em todo o mundo, permitindo ao país ocupar posições de liderança nas exportações. Esse protagonismo se deve, entre outros fatores, a ganhos de produtividade e de competitividade e ao aprimoramento do sistema de defesa sanitária animal. Em decorrência disso, questões relacionadas ao controle e erradicação de doenças animais têm sido pauta recorrente de discussão entre mercados consumidores, juntamente com temas ligados à sustentabilidade e ao bem-estar animal, itens indispensáveis em qualquer rodada de negociações comerciais.”
Como exemplo dos esforços citados pela coordenadora do CNA, Andrea destaca o aperfeiçoamento dos programas de vigilância e controle de doenças, tais quais o reconhecimento de país livre de febre aftosa com vacinação, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em 2018, a inexistência de casos de peste suína africana e de influenza aviária.
Contudo, para seguir esse caminho é necessário uma grande coordenação e integração entre as unidades da federação, envolvendo entes públicos e privados, produtores rurais e suas associações, profissionais e seus conselhos de classe, universidades e institutos de pesquisa, visando assim maior efetividade das ações propostas em cada programa, pontua a Auditora, que ressalta também os prejuízos que o país pode sofrer em caso de ocorrência de doenças. “A negligência ou descuido de um, pode afetar e comprometer a todos.”
Ela analisa ainda que a defesa agropecuária é um sistema complexo, fruto de uma construção conjunta cujo ponto de partida para o sucesso é o entendimento de que todos os elos e atores da cadeia produtiva possuem atribuições, competências e responsabilidades compartilhadas, essenciais para controle da saúde animal. E assim, vincula estes aspectos ao debate do segundo painel no SEDAGRO: “Poderemos entender os desafios enfrentados ao longo da cadeia, o que nos dará condição de buscar melhorias e soluções para o aprimoramento das medidas de vigilância e controle.”
Diretor do Departamento de Saúde Animal (SDA/MAPA), Geraldo Moraes, respalda essa informação. “Considero que o Seminário sobre Defesa Agropecuária será um importante espaço para debate de temas de relevância para o agronegócio brasileiro e, especialmente o Painel sobre os Programas Sanitários, com participantes do setor produtivo, do setor oficial e da pesquisa, uma oportunidade para compartilharmos informações sobre a atual condição zoossanitária do país e debatermos as prioridades, perspectivas e desafios para os próximos anos."
A superintendente da SFA-SP finaliza celebrando a iniciativa: “Ações de educação sanitária e iniciativas como essa devem ser cada vez mais estimuladas, buscando a disseminação de informação de qualidade para a conscientização e comprometimento de todos sobre a importância de seu papel e da sua contribuição na manutenção de nosso protagonismo na produção de alimentos e na promoção da segurança alimentar.”
O SEDAGRO trará informações atualizadas sobre temas voltados às questões sanitárias do rebanho nacional, e será ministrado pelo Anffa Sindical entre os dias 15 e 17/03, no pavilhão de Exposições Anhembi, São Paulo/SP.
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